sábado, 11 de setembro de 2010

Untitled

é insuportável medir o martírio
constância e persistência
amor sumiu, é fruto e ilusão
tudo é apenas uma etapa pra algo
como toda etapa, desistência é uma opção
redenção à vida

viver é como uma lâmina que rasga o corpo ao meio
um punhal encravado no peito, quando o retira
leva junto tudo que restou de bom
sangrará sangrará
tudo sangra pra ser real

vou dizer porque,
ele não quer mais sofrer
não quer mais viver a ilusão da felicidade
sabendo que é inexistente, a verdade é crua
repugnante, é sobreviver
viver mais um dia
sobreviver
escapatória é o que sangra da carne,
a lâmina que perfura e retira a mentira
retalha a proteção e mostra a verdade
ele vem evitando,
morte é a dádiva

- Felipe Téles

Mecânica Celeste Aplicada (Luana)

O sol vê tudo
Mas não conhece o amor
De uma garota
Que tem o dom de deslocar assim
A lua de Netuno no ar

E quando a noite vem
E traz consigo a dor
O sol se apaga
E só um sonho a faz lembrar que
A noite sempre vai ter fim

E eu aposto que ele nem sabe
Onde fica Erechim
E não sabe o que é
Sofrer de amor

Mas se é assim
Ele está condenado a vagar
Por lugares sem luar
Sem luar

Se essa cidade
Te faz querer voltar
E se é saudade
O que te leva para lá
É só sonhar que está em seu lugar

A pior coisa
Que Platão já inventou
Foi o amor
Que só traz solidão

Mas ela vai reencontrar
O chimarrão e a amizade
Num solstício de verão
De verão
De verão

por Vinícius Gageiro Marques (Yoñlu)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Curiosidade sobre amar

Ás vezes eu noto que sempre penso em uma certa coisa, tenho curiosidade de saber a pessoa que estarei ao lado e morrerei ao mesmo. É como um ócio, uma necessidade de saber se a felicidade cabe a mim ser derramada, se tudo que nós sofremos é tudo em vão ou são passos/etapas para o surgimento ou, até mesmo, comprovação de que a dor foi feita para se aprender a amar. De certa forma, amar é sofrer de diversas formas, des da simples saudade ao medo de perder, logo, amar nada mais passa do que uma dor. Uma dor que o faz passar dias em claro, buscar o infinito e inatingível atrás de um pingo de esperança, como um poeta que procura a sua definição..ou um pai na espera do seu filho nascer.
Enfim, meses atrás achei ter achado a minha "esperança", realmente achei. Mas é como diz o ditado, "Deus escreve em linhas tortas" e, foi o que aconteceu, se rompeu, se separamos..mas é aí que entra a tal curiosidade que sempre penso, será que é a pessoa? Esperei meses, semanas, dias e horas para descobrir, talvez eu até hoje não tenha a certeza absoluta, mas sei que o sentimento jamais sumirá, porque é como uma pétala de rosa ao flutuar com a brisa, nunca se sabe aonde e quando vai cair, mas se tem a certeza que irá. É o mesmo amar, nunca se sabe como começa e termina, só se sabe quando se ama, quando se percebe que não respira normalmente ao lado da pessoa, as mãos ficam tremulas e se sente um frio na barriga, não de ansiedade, mas de existência. Pois você sente a presença da pessoa, mesmo quando ela não está lá, porque por mais que ocorra o rompimento, as memórias regam o passado, como as flores florescem na primavera.

Obs: Há outra parte, mas é pessoal demais, haha. Enfim, esse post foi diferente, não foi mais uma poesia (ou seja lá o que eu escrevo nisso), mas uma necessidade de desabafo.

- Felipe Téles